Daqui a 70 dias estarei partindo para a África do Sul.
Sim, ainda é muito tempo pela frente para organizar as coisas para deixar aqui e as coisas para levar e fazer lá, mas já vão surgindo várias expectativas.
De ir para um país desconhecido.
De levar a responsabilidade de fazer um projeto diferente e bacana, com posts de qualidade, capazes de atrair os leitores e os instigar a fazer comentários. E não somente amigos, mas também pessoas que realmente se sintam com vontade de comentar, de opinar.
De insegurança, de não conseguir visitar os lugares que gostaria, de conversar com as pessoas que deveria e de fazer um trabalho pobre por causa do medo da violência, que é tão proclamada nos relatos sobre o país. Só para assustar, alguns dados mais concretos: são 17 homicídios por dia, 37,3 homicídios por 100 mil habitantes (maior do que o índice do Brasil) e 500 mil estupros por ano.
De acompanhamento de outros blogs, sites e reportagens e da vontade de conseguir produzir coisas tão boas quanto (aliás, indico o "Pé na África" e o "Viva Laduma" , que acompanho sempre, além das reportagens da Daniela Pinheiro para a Revista Piauí).
De vontade de chegar logo lá e ver com os próprios olhos e, quem sabe, descobrir muitas coisas além das tristes proclamações de violência e de segregação dos relatos...
A sensação é a mesma de estar indo para a Copa do Mundo - eu acredito-, mesmo que eu não esteja indo. Vou para encontrar o pós Copa e as heranças e legados desse evento para uma sociedade. Vou para encontrar uma África do Sul sem julgamentos de sua capacidade de sediar a competição esportiva. No entanto, fico me perguntando: encontrarei coisas muito diferentes disso? O que resta agora é esperar...
